O Taleban apreendeu 3 mil litros de bebida alcoólica em Cabul, capital do Afeganistão. O material apreendido na operação, coordenada por agentes da Diretoria Geral de Inteligência (GDI, da sigla em inglês), estava em posse de três traficantes e foi descartado, informou o jornal britânico The Independent.
No Twitter, em sua conta oficial, o GDI relatou que, além do descarte, os comerciantes ilegais foram entregues à Justiça. O órgão também publicou um vídeo que mostra os agentes despejando o conteúdo do barris em um canal.
د ا.ا.ا د استخباراتو لوی ریاست ځانګړې عملیاتي قطعې د یو لړ مؤثقو کشفي معلومات پر اساس د کابل ښار کارته چهار سیمه کې درې تنه شراب پلورونکي له شاوخوا درې زره لېتره شرابو/الکولو سره یو ځای ونیول.
— د استخباراتو لوی ریاست-GDI (@GDI1415) January 1, 2022
نیول شوي شراب له منځه یوړل شول او شراب پلورونکي عدلي او قضايي ارګانونو ته وسپارل شول. pic.twitter.com/qD7D5ZIsuL
As imagens também mostram os acusados algemados, vigiados por uma equipe de agentes especiais que posicionam à beira das águas uma fileira de barris de cor azul contendo bebida alcoólica.
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Um líder religioso identificado como Sheikh Zahoorullah prega no vídeo que “os muçulmanos devem se abster seriamente de produzir e distribuir álcool”.
O consumo de álcool é proibido pelas leis do Islã. Mesmo sob o regime anterior no país, antes da tomada de poder pela organização extremista e com apoio do Ocidente, não eram permitido vender ou produzir bebida alcoólica.
De acordo com a imprensa local, batidas contra traficantes de álcool e usuários de drogas aumentaram no Afeganistão desde que o Taleban assumiu o controle do país em agosto do ano passado.
Por que isso importa?
Desde que assumiu o poder, no dia 15 de agosto, o Taleban busca reconhecimento internacional como governo de fato do que chama de “Emirado Islâmico“. O grupo chegou a se reunir com autoridades da ONU (Organização das Nações Unidas) a fim de garantir que a assistência humanitária seja mantida no país.
O problema é que as acusações de abusos dos direitos humanos e de repressão, sobretudo contra mulheres, afastam cada vez mais o governo talibã da comunidade internacional. Tanto que, até agora, nenhuma nação reconheceu formalmente o Taleban como poder legítimo no país, apesar da aproximação com países como China e Paquistão.
Mais do que legitimar os talibãs internacionalmente, o reconhecimento é crucial para fortalecer financeiramente um país pobre e sem perspectivas imediatas de gerar riqueza. Inclusive, os Estados Unidos, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortaram o acesso de Cabul a mais de US$ 9,5 bilhões em empréstimos, fundos e ativos, sem qualquer previsão de retirada das sanções que bloquearam o dinheiro fundamental para reerguer o país.
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