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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

UE impõe novas sanções contra Belarus devido à crise dos migrantes na fronteira

A União Europeia (UE) aprovou, na quarta-feira (10 ), um quinto pacote de sanções contra Belarus em função da crise dos migrantes na fronteira com países do bloco. A decisão atinge 17 pessoas e 11 entidades, ampliando uma lista de 166 nomes que continha o presidente belarusso Alexander Lukashenko e dois de seus filhos. As informações são da Radio Free Europe.

Lukashenko é acusado de travar uma guerra híbrida com as nações europeias ao permitir que migrantes entrem em seu país, sendo posteriormente direcionados às fronteiras com Polônia, Lituânia e Estônia, onde buscam asilo. A ação do mandatário seria justamente uma retaliação à UE devido a sanções impostas em razão da repressão política na ex-república soviética.

Na nova lista de sancionados estão novamente a companhia aérea estatal Belavia, que já estava proibida de voar na UE, e empresas de turismo acusadas de ajudar os migrantes, sobretudo do Oriente Médio, a chegarem à fronteira. Também foram listados indivíduos do Poder Judiciário acusados de apoiar Lukashenko na repressão contra dissidentes belarussos.

“Os migrantes que desejam cruzar a fronteira externa [da UE] têm voado para Minsk a bordo de voos operados pela Belavia de vários países do Oriente Médio. Para facilitar isso, a Belavia abriu novas rotas aéreas e expandiu o número de voos nas rotas existentes”, diz o documento da UE ao justificar as novas sanções à companhia aérea.

Belavia, empresa aérea estatal belarussa sancionada pela UE (Foto: Wikimedia Commons)

Os Estados Unidos também preparam um pacote de sanções a Belarus, em coordenação com a UE. “Pedimos ao regime que pare imediatamente de usar os migrantes como armas políticas. Nós responsabilizaremos o regime por seu contínuo desrespeito pela democracia, pelos direitos humanos e pelo Estado de Direito ”, disse o secretário de Estado Antony Blinken.

Por que isso importa?

Desde agosto a UE estuda medidas emergenciais de lidar com a questão de travessias ilegais desde Belarus rumo ao bloco, bem como formas concretas de assistência aos países afetados na gestão do problema. Para os Estados-Membros, a questão diz respeito tanto aos direitos humanos quanto à segurança continental.

Milhares de refugiados e migrantes chegaram à Lituânia neste ano e estão sendo abrigados em campos temporários em todo o país. A primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, acusou Lukashenko, conhecido pela alcunha de “último ditador da Europa“, de “explorar essas pessoas pobres, homens e mulheres”.

A chanceler alemã Angela Merkel e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, acusaram Lukashenko de lançar um “ataque híbrido” contra o bloco de 27 nações, canalizando migrantes para a Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia em retaliação às sanções da UE.

“Concordamos que esta é uma agressão híbrida que usa seres humanos”, disse Merkel após suas conversas em Berlim. Ela disse ainda que trataria o assunto com o presidente russo Vladimir Putin, em Moscou, nesta sexta-feira (20).

Um oficial da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) classificou a situação como “inaceitável”. Segundo ele, a aliança, da qual Polônia, Lituânia e Letônia fazem parte, “está pronta para ajudar ainda mais nossos aliados e para manter a segurança e a proteção na região”.

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