Uma jornalista do Iêmen, grávida, morreu a caminho do hospital para dar à luz, num atentado a bomba que destruiu o carro da família nesta terça-feira (9), em Áden, no sul do país. O marido dela, que conduzia o veículo, ficou ferido. As informações são da rede norte-americana Wral.
Rasha Abdalla, de 27 anos, trabalhava para o canal de televisão por assinatura Asharq, sediado nos Emirados Árabes Unidos. Ela e o bebê morreram no local, enquanto seu marido Mahmoud al-Attomy, também jornalista, está hospitalizado em estado crítico. Eles tinham um outro filho de dois anos, que não estava junto. Três pedestres que passavam pelos arredores no momento da explosão também ficaram feridos.
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. O primeiro-ministro Maeen Abdulmalik Saeed classificou a explosão como um “ataque terrorista”. De acordo com as autoridades,
o dispositivo explosivo foi preso no veículo dos jornalistas, e uma investigação para apurar os responsáveis está em andamento.Em outubro, pelo menos seis pessoas foram mortas por um carro-bomba que explodiu perto de um posto de controle de segurança na parte externa do aeroporto internacional de Aden, em Khormaksar. Nenhuma organização assumiu a responsabilidade pela ofensiva.
Localizada na costa do país, Áden tem sido frequentemente alvo de explosões nos últimos anos, normalmente atribuídas a facções da Al-Qaeda e do Estado Islâmico (EI). A cidade é a capital provisória do governo iemenita, que há anos luta contra os rebeldes Houthis que, apoiados pelo Irã, assumiram a capital, Sanaa, desencadeando a guerra civil no país com uso de mísseis balísticos e drones carregados de explosivos.
Desde 2014, a guerra do Iêmen já escalou para a maior crise humanitária do mundo. Mais de 20 milhões dependem de assistência humanitária para viver, e quatro milhões foram expulsos de suas casas, conforme a ONU (Organização das Nações Unidas).
Contrabando de armas
O armamento financiado por Teerã aos insurgentes do Houthi estão sendo contrabandeadas para a Somália através do Golfo de Adem. Lá, as armas vão parar nas mãos de combatentes das organizações extremistas Al-Qaeda e Al Shabaab, que lutam contra o governo local, enfraquecido e divido, segundo informou a agência Reuters com base em um levantamento Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC, da sigla em inglês).
O estudo da entidade não-governamental sediada em Genebra, na Suíça, se baseou em dados de mais de 400 armas documentadas em 13 locais em toda a Somália ao longo de oito meses e em inventários de 13 veleiros interceptados por embarcações navais.O documento organizado pela GI-TOC afirma que as armas negociadas em redes de contrabando comercial têm como clientes facções armadas em busca de vantagens antes das eleições presidenciais que vêm sendo repetidamente adiadas da Somália, além de milícias e grupos insurgentes islâmicos rivais ligados à Al Qaeda e ao Estado islâmico (EI).
O Irã tem negado repetidamente qualquer envolvimento no tráfico de armas aos rebeldes Houthi no Iêmen.
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