A vacinação para menores de 18 anos contra a Covid-19 tornou-se uma das questões mais debatidas da pandemia, em meio ao aumento de casos nessa faixa etária e à aprovação da imunização por agências sanitárias de diversos países. No último sábado (1º), a OMS (Organização Mundial da Saúde) voltou a afirmar que as vacinas liberadas por autoridades regulatórias são seguras e eficazes na redução da carga de doenças para menores de 18 anos.
Se por um lado a agência da ONU reforçou a segurança de vacinar crianças, por outro pediu cautela no assunto, reforçando que a prioridade ainda é outra: vacinar globalmente e de forma uniforme 70% da população adulta até meados de 2022
A agência publicou informações sobre a situação de estudos de eficácia e segurança de algumas fabricantes. De acordo com a OMS, a redução da transmissão intergeracional é um importante objetivo adicional de saúde pública ao vacinar crianças e adolescentes. No entanto, a vacinação de menores não exclui a necessidade de imunizar professores, familiares e outros contatos adultos do grupo.
Assim, a agência considera que a vacinação de crianças e adolescentes pode proteger a educação, uma questão importante durante a pandemia. A imunização pode ajudar a minimizar as interrupções e reduzir o número de infecções nas escolas.
O benefício da vacinação de crianças e adolescentes pode ser menor em locais com altas taxas de casos positivos nessa faixa etária. No entanto, são necessários mais estudos sobre a proporção de casos em crianças em idade escolar.
Em dezembro, diversas agências sanitárias nacionais liberaram a vacinação para crianças a partir de 5 anos, sobretudo com versões do imunizante da BioNTech/Pfizer. No Brasil e em Portugal, autoridades aprovam o uso da vacina da farmacêutica americana para maiores de cinco anos, em dosagens inferiores às utilizadas em grupo com mais de 12 anos. A aplicação em espaço de três semanas para a segunda dose permanecem iguais.
Quatro entre as dez fabricantes com imunizantes aprovados pela OMS estão estudando dados sobre segurança e eficácia para menores e sendo gradativamente inseridas no leque de opções em alguns países. Além da Pfizer, é o caso de Moderna, Coronavac e Covaxin.
Em outubro de 2021, o Comitê Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas concluiu que, em todas as faixas etárias, os benefícios das vacinas mRNA na redução de hospitalizações e mortes devido ao coronavírus superam os riscos da doença.
De acordo com a OMS, nos ensaios preliminares para as vacinas de mRNA, a eficácia e a capacidade de resposta foram semelhantes ou superiores em comparação com os adultos. Os perfis de segurança e as reações adversas em adolescentes também foram parecidas aos dos adultos jovens. Casos raros de miocardite ou pericardite foram relatados com as vacinas de mRNA contra a Covid-19, observados com mais frequência em homens mais jovens, entre 16 e 24 anos de idade, e após a segunda dose da vacina, normalmente alguns dias após a vacinação.
Segundo a OMS, os dados disponíveis sugerem que os casos são geralmente leves e respondem ao tratamento conservador, sendo menos graves do que a miocardite clássica ou que os efeitos da Covid-19. O risco de trombose após vacinas de vetores adenovirais, embora baixo em geral, foi maior em adultos mais jovens do que em adultos mais velhos, mas não há dados disponíveis sobre o risco com idade inferior a 18 anos.
A OMS avalia os benefícios do início da vacinação de menores, mas afirma que antes da implementação da imunização em adolescentes e crianças, é necessário ampliar a cobertura primária. A agência defende que doses de reforço, conforme necessárias e com base na evidência de redução e otimização do impacto da vacinação em subgrupos de maior risco, como adultos mais velhos, também devem ser priorizadas.
Em geral, a OMS explica que há proporcionalmente menos infecções sintomáticas e casos com doença grave e mortes por Covid-19 em crianças e adolescentes, em comparação com grupos de idade mais avançada. Crianças e jovens representam uma parcela muito pequena de casos. O grupo entre cinco e 14 anos é responsável por 7% dos casos e 0,1% das mortes relatadas. Já adolescentes mais velhos e adultos jovens, entre 15 e 24 anos, representam 15% dos casos e 0,4% das mortes. Casos fatais abaixo de 25 anos somam menos de 0,5%.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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