O governo da Nigéria informou no último domingo (9) que ao menos 200 pessoas morreram em uma série de ataques armados ocorridos na última semana no Estado de Zamfara, noroeste do país. A ação também levou ao deslocamento de cerca de dez mil pessoas, que deixaram suas casas para fugir da violência, de acordo com o site The Defense Post.
A ministra de assuntos humanitários, Sadiya Umar Farouq, classificou os ataques como “horríveis e trágicos”. “Mais de 200 pessoas foram enterradas devido à invasão de bandidos”, disse ela em um comunicado oficial. “Também estamos preocupados com os deslocados que estão fugindo às centenas de suas comunidades”.
O governo atribui a ação a quadrilhas de “bandidos“, nome popularmente atribuído a grupos armados sem vínculo ideológico que atuam no país.
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, afirmou no sábado que os ataques são “um ato de desespero de assassinos em massa”. “Estamos fortemente determinados a queimar e destruir esses bandidos”, disse o ex-general do Exército, que também combate a insurgência jihadista de mais de uma década no nordeste do país, além da agitação separatista no sudeste.
Por que isso importa?
A violência que atinge o noroeste da Nigéria forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas e já começa a se expandir para a região central do país. Parte da população foge dos ataques dos “bandidos” e também da ação de grupos jihadistas, sobretudo o Boko Haram e o ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental).
Enquanto os jihadistas têm uma agenda ideológica muito clara, os “bandidos” agem somente por dinheiro. São principalmente jovens do grupo étnico Fulani que trabalharam como criadores de gado nômades e se envolveram em um conflito de décadas com comunidades agrícolas, na luta pelo acesso à água e às pastagens.
Os “bandidos” são os maiores responsáveis pelos sequestros de jovens em idade escolar, uma modalidade criminosa que tem crescido muito no país. O objetivo dos raptos é meramente financeiros, ou seja, receber o valor do resgate em troca da libertação das vítimas. As gangues também promovem invasões e saques em vilas.
No início de janeiro de 2022, o governo da Nigéria passou a classificar os “bandidos“ como terroristas. Isso significa que as punições serão mais duras e atingirão também indivíduos suspeitos de serem informantes e apoiadores das quadrilhas. Inclusive pessoas que eventualmente forem flagradas fornecendo combustível e alimentos.
A violência no noroeste nigeriano aumentou nos últimos meses, e a OIM (Organização Internacional para as Migrações) estima que houve cerca de 50 mil deslocamentos internos no país desde janeiro de 2020. Adicionalmente, 80 mil pessoas rumaram ao vizinho Níger nos últimos dois anos, situação que as agências de apoio à população temem gerar uma nova crise humanitária.
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