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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Excluída pelos EUA, China cria seu próprio fórum e tenta se vender como ‘democracia’

A partir desta quinta-feira (9), durante dois dias, acontece a Cúpula Pela Democracia, um evento virtual organizado pelos Estados Unidos e com a presença de cerca de cem países. Excluída, a China tratou de realizar seu próprio Fórum Internacional da Democracia, no último final de semana. Uma tentativa do governo Xi Jinping de se vender como uma democracia, só que dentro de seus próprios conceitos, segundo a rede norte-americana CNN.

Em seu discurso na abertura do evento organizado por Beijing, no último sábado (4), Huang Kunming, chefe da propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC), descreveu a China como uma “verdadeira democracia que funciona”. E apresentou uma publicação intitulada “China: Democracia que Funciona”.

Diz o documento: “Não existe um modelo fixo de democracia; ela se manifesta em muitas formas. Avaliar a miríade de sistemas políticos do mundo em um único padrão e examinar diversas estruturas políticas monocromáticas é em si antidemocrático”, diz o documento.

O presidente chinês, Xi Jinping: China criou seu próprio conceito de democracia (Foto: Divulgação/Kremlin)

O evento organizado pela China foi claramente uma resposta à esnobada norte-americana, que também deixou a Rússia de fora da cúpula. “A democracia é um valor compartilhado pela humanidade, ao invés de uma patente que só pode ser definida por alguns países”, disse a rede de TV estatal chinesa CGTN, num recado claro a Washington.

Além de tentar vender a ideia que de é um país democrático, a China tem constantemente atacado a os conceitos democráticos norte-americanos. “O propósito dos EUA não reside na democracia, mas na hegemonia“, disse no início de dezembro o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores Wang Yi, segundo o jornal estatal China Daily. “Os EUA procuram se intrometer nos assuntos internos de outros países sob a bandeira da democracia e abusar dos valores democráticos para criar divisões”, acrescentou.

“Este é um ataque preventivo contra a Cúpula Pela Democracia de Biden”, disse Jean-Pierre Cabestan, especialista em política chinesa na Universidade Batista de Hong Kong. “Agora, a China sente que precisa não apenas ficar na defensiva, mas também na ofensiva”.

Por que isso importa?

Com base na definição de democracia da ONU (Organização das Nações Unidas), a China claramente não se enquadra no conceito. Afinal, o país tem um sistema de partido único que está no poder há sete décadas, não tem separação de poderes ou independência do judiciário, a mídia é censurada, as liberdades de associação, expressão e opinião não existem e o sistema político não comporta eleições periódicas livres e justas por sufrágio universal.

No “ranking da liberdade” da ONG Freedom House, com sede em Washington, a China está entre os últimos colocados, com base em 25 medidas de direitos políticos e liberdades civis. O país soma apenas nove pontos de oito possíveis, acima apenas de outras 13 nações que têm pontuação ainda mais baixa.

Na China, o simples fato de citar a democracia leva a repressão do Estado. Algo que ficou claro nos protestos de 2019 em Hong Kong, que até hoje rendem prisões e denúncias contra seus organizadores e participantes. Segundo a ONG Hong Kong Watch, baseada no Reino Unido, até o dia 31 de janeiro deste ano, 10.294 pessoas foram presas por motivação política em Hong Kong, sendo que cerca de 2,3 mil foram posteriormente processadas pelo Estado.

A internet também deixa claro que os valores democráticos não têm vez na China, que bloqueia as redes sociais dos EUA e utiliza suas próprias versões, estas submetidas à censura do PCC. É o caso do Weibo, versão chinesa do Twitter. Lá, uma postagem do jornal estatal People’s Daily sobre o ataque do Ministério das Relações Exteriores à democracia norte-americana recebeu inicialmente cerca de 2,7 mil comentários. Depois de a censura começar a agir, restou pouco mais de cerca de uma dúzia.

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