Embora a próxima geração das redes móveis trazida pelo 5G esteja batendo à porta, no Reino Unido, o 2G e o 3G ainda levarão mais de dez anos para serem totalmente descontinuados. Porém, ao mesmo tempo em que o governo projeta uma troca de bastão suave entre as tecnologias até 2033, também aumenta a pressão sobre as operadoras móveis britânicas para que adotem arquiteturas OpenRAN no decorrer desta década. As informações são do portal Total Telecom.
Nesta quarta-feira (8), foi anunciado pelo Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte (DCMS, da sigla em inglês) uma ambição conjunta entre governo e operadoras de telecom em ampliar o uso do OpenRAN nas redes locais. A meta é redes móveis abertas representem 35% do tráfego móvel até 2030.
Mas apesar de tantos planos ambiciosos, a realidade mostra que a tecnologia ainda engatinha no Reino Unido, sendo em grande parte não testada. Diversos players ao redor do mundo também seguem em ritmo de testes, e há poucos exemplos de mercados onde ela foi implantada em escala. O Japão, por exemplo, anunciou experiências com o sistema para o próximo ano.
Atualmente, somente a multinacional inglesa Vodafone dispõe de equipamento OpenRAN operando em uma rede comercial ativa na nação insular europeia. E mesmo assim em pequena escala. Por conta disso, o DCMS está lidando com calma com o assunto, mostrando para a indústria que o assunto hoje se trata de uma “ambição”, não uma imposição obrigatória de mudança.
Um comunicado emitido pelo Departamento diz reconhecer que as operadoras de telefonia móvel estão “atualmente levando adiante planos para introduzir e expandir suas redes 5G – ao mesmo tempo em que realizam um trabalho para estender a cobertura às partes mais rurais do Reino Unido”. E acrescenta: “Portanto, esta ambição não é um mandato e, em vez disso, percebê-la exigirá parceria e colaboração entre o governo, operadoras de telefonia móvel e a indústria de telecomunicações em geral”, diz a nota.
E parte dessa “ambição” do governo do Reino Unido, que vem n
a esteira do anúncio da Lei de Segurança de Telecomunicações, tem uma cifra alta: £ 250 milhões destinados para a construção de uma cadeia de suprimentos mais competitiva, inovadora e diversa para as telecomunicações, de forma a reduzir a dependência de alguns fabricantes de equipamentos, sobretudo os chineses, em particular as gigantes Huawei e ZTE.Segundo a revista digital britânica Computer Weekly, após anunciar a nova legislação,
que tem como objetivo viabilizar a implementação em massa de 5G e outras redes futuras, como 6G, o governo britânico também anunciou que está alinhado com Vodafone, EE, Virgin Media O2 e Three para o desligamento das redes públicas de 2G e 3G em 2033.Os novos planos devem destinar ainda £ 36 milhões para o financiamento de 15 projetos para testar a tecnologia na Escócia, País de Gales e Inglaterra.
Por que isso importa?
OpenRAN é um movimento nascido em 2017 que busca democratizar o acesso ao mundo digital e representaria, por meio de um intercâmbio operacional de equipamentos – como torres e antenas de transmissão compartilhadas – uma libertação em relação aos gigantes estrangeiros do setor.
O futuro das redes de internet está nas redes 5G e no OpenRAN. Resumidamente, o 5G é como uma porta que dá acesso a múltiplas novas tecnologias, que precisarão de uma conexão de alta velocidade. Já o OpenRAN é como a chave para abri-la e ainda democratizar a acessibilidade.
O propósito da tecnologia é desagregar os protocolos e interfaces conhecidos para uma nova estrutura que não dependa apenas das torres e antenas das bases de rádio conhecidas – também chamadas de “caixas fechadas” por terem tecnologias próprias, ou seja, que não se comunicam com outros provedores.
A padronização e a abertura desses códigos visam inovar e acelerar ainda mais a implementação e alcance do 5G.
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